No campo da cibersegurança, saber quem está atacando é quase tão importante quanto saber como o ataque acontece. Atribuir uma ameaça não é luxo técnico, é uma necessidade estratégica. Em tempos de pressão constante por eficiência, decisões em tempo real e alinhamento entre equipes técnicas e executivas, reconhecer o adversário com precisão pode definir o sucesso, ou o fracasso, da resposta.
É nesse cenário que a nova colaboração entre CrowdStrike e Microsoft ganha um peso histórico. Mais do que uma parceria entre dois gigantes do setor, essa aliança marca o início de um novo paradigma: o da inteligência compartilhada, interoperável e acionável. Um modelo que não apenas ilumina o campo de batalha cibernético, mas dá às empresas a chance de reagir com mais rapidez, mais confiança, e menos ruído.
Quando nomear errado é pior do que não nomear
Por anos, o setor de cibersegurança conviveu com uma cacofonia de classificações para os mesmos grupos de ameaças. A mesma organização criminosa ou estatal poderia aparecer com três nomes distintos, dependendo do fornecedor, da ferramenta ou da base de dados usada.
Um relatório mencionava o grupo como APT29, outro como COZY BEAR, outro como UNC2452. Para quem está no meio de um incidente, isso não é um detalhe, é um entrave perigoso. Significa perder tempo precioso tentando descobrir se o ataque atual é o mesmo descrito em outro relatório, sob outro nome.
A fragmentação terminológica custava caro: SOCs e MSSPs gastavam recursos reconciliando nomenclaturas. Analistas de risco tinham dificuldade em compor narrativas claras para executivos. E clientes, no fim, ficavam com relatórios ambíguos, com pouco valor estratégico.
A resposta: interoperabilidade prática
A união entre CrowdStrike e Microsoft nasce com um objetivo claro: simplificar esse cenário sem eliminar a complexidade que é própria da cibersegurança moderna. Em vez de criar um “novo padrão universal”, a proposta é mais pragmática: criar um mapeamento direto entre as taxonomias dos dois ecossistemas, alinhando as leituras de ameaça de forma que possam ser entendidas, comparadas e operacionalizadas em tempo real.
Esse alinhamento permite uma correlação mais ágil entre dados de diversas fontes, melhora a rastreabilidade de campanhas e acelera a tomada de decisões, sobretudo para empresas que utilizam ambas as plataformas.
Mais do que isso, essa iniciativa sinaliza um futuro promissor: a possibilidade de um modelo aberto, em que outros players e analistas possam se integrar, fortalecendo uma comunidade global de resposta coordenada a ameaças.
O que isso muda na prática para os parceiros M3Corp
Para os parceiros da M3Corp que já trabalham com a plataforma CrowdStrike Falcon, o impacto é imediato. Relatórios ficam mais claros, o diálogo com o cliente ganha autoridade e os fluxos internos ganham velocidade. A atribuição, antes um ponto cego ou motivo de confusão, passa a ser uma ferramenta de valor comercial e estratégico.
Com essa colaboração, o parceiro pode:
- Explicar com precisão quem está atacando, com que perfil e com qual histórico;
- Apoiar o cliente com relatórios consistentes, alinhados aos padrões de análise da Microsoft e da CrowdStrike;
- Integrar as leituras de risco ao planejamento de segurança de forma mais coerente;
- E, acima de tudo, entregar inteligência, e não apenas tecnologia.
Uma nova era para threat intelligence
O mundo digital pede respostas mais rápidas. Mas para isso, é preciso clareza sobre o adversário. Ao remover barreiras entre as nomenclaturas e consolidar dados com foco na ação, a parceria entre CrowdStrike e Microsoft redefine o que é possível em termos de inteligência contra ameaças.
Não se trata apenas de um avanço técnico. Trata-se de um movimento estratégico que transforma a inteligência em algo vivo, colaborativo e, finalmente, útil para quem está na linha de frente.
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