APIs no centro da IA: como o relatório “State of API Security H2 2025” da Salt Security redefine as prioridades da segurança digital

por | novembro 2025 | Sem Categoria | 0 Comentários

O novo relatório State of API Security — H2 2025, publicado pela Salt Security, traz um alerta claro: não existe segurança de IA sem segurança de APIs. Em um cenário onde fluxos de trabalho de modelos de linguagem (LLMs), agentes MCP e integrações automatizadas dependem de APIs, os riscos de exposição de dados e falhas de autorização cresceram de forma exponencial. 

A pesquisa, conduzida com 386 líderes de segurança em empresas de diversos setores, revela uma disparidade preocupante entre o ritmo de adoção tecnológica e a maturidade das práticas de segurança. A seguir, apresentamos os principais achados, riscos emergentes e recomendações estratégicas que fazem do relatório uma leitura obrigatória para CISOs, arquitetos e integradores. 

Crescimento explosivo e riscos fora de controle 

O volume de APIs corporativas segue em expansão acelerada: 

41% das empresas registraram crescimento entre 51% e 100% em apenas um ano. 

Outros 13% dobraram esse número, e 6% triplicaram o total de APIs no mesmo período. 

Esse aumento é impulsionado pela modernização digital, automação e uso intensivo de IA, mas vem acompanhado de uma escalada nos incidentes: 33% das organizações sofreram ao menos um ataque a APIs nos últimos 12 meses. 

Segundo o relatório, os principais problemas detectados foram: 

  • Vulnerabilidades técnicas (41%) 
  • Exposição de dados sensíveis (34%) 
  • Falhas de autenticação e identidade (33%) 
  • Uso indevido de contas e fraudes (29%) 
  • Violações completas de segurança (28%) 

A automação e os agentes de IA amplificam esses riscos: falhas que antes afetavam um endpoint agora se propagam por todo o ecossistema em segundos. 

As APIs como plano de ação da inteligência artificial 

O relatório enfatiza que toda operação de IA corporativa depende de APIs, desde a chamada de um modelo LLM até a integração com sistemas MCP (Model Context Protocol). Isso significa que as APIs se tornaram o “plano de ação” da IA e, portanto, o vetor mais crítico da superfície de ataque moderna. 

O problema é que 80% das empresas ainda não monitoram APIs em tempo real, e apenas 19% têm total confiança em seus inventários. Com a proliferação de shadow APIs e endpoints criados automaticamente por ferramentas de IA, esse “ponto cego” se transforma em risco sistêmico. 

Para a Salt Security, a recomendação é clara: criar um “API Bill of Materials”, ou seja, um inventário dinâmico e automatizado que mapeie continuamente todos os endpoints e os dados que eles expõem. 

As falhas mais exploradas e por que autenticação não é suficiente 

De acordo com análises do Salt Labs, 96% das tentativas de ataque vêm de entidades autenticadas, como contas comprometidas, insiders ou agentes automatizados. Ou seja, o simples fato de um acesso estar autenticado não garante que ele seja legítimo. 

Os principais vetores mapeados seguem o OWASP API Security Top 10: 

API8 – Misconfiguration (78%) 

API1 – BOLA / Broken Object Level Authorization (10%) 

Esses números reforçam a necessidade de políticas de autorização contextual e de detecção comportamental em runtime, algo que apenas o monitoramento contínuo e a análise avançada de tráfego conseguem oferecer. 

Governança de GenAI: do risco à política corporativa 

Com 85% das empresas já utilizando ou planejando usar GenAI para desenvolvimento, o relatório alerta que os riscos agora estão embutidos no ciclo de vida do software. 

A recomendação é evoluir de uma postura reativa (corrigir após o código ser gerado) para uma postura de governança ativa, com políticas formais sobre: 

  • Modelos de IA permitidos e contextos de uso; 
  • Testes de segurança específicos para IA; 
  • Controles de vazamento de dados sensíveis entre APIs e modelos. 

Essa maturidade ainda é rara: 51% das empresas permanecem nos estágios iniciais de seus programas de segurança de API. 

ROI e inovação: segurança como aceleradora 

O relatório também mede o impacto financeiro da segurança de API. Os retornos mais tangíveis vêm de: 

  • Economia com prevenção de violações (18%) 
  • Redução de incidentes e interrupções (9%) 
  • Mas o maior ganho é intangível: velocidade de inovação e confiança do cliente. Organizações com programas maduros de segurança lançam produtos mais rápido, com menos rollback e maior resiliência, um diferencial competitivo em ambientes de IA intensiva. 

O State of API Security H2 2025 deixa claro que API security evoluiu de uma função técnica para uma disciplina estratégica de negócio. 

Com o avanço dos agentes de IA e do MCP, as empresas precisam tratar visibilidade, postura e runtime não como “camadas extras”, mas como a base sobre a qual a própria inovação se sustenta. 

Na prática, isso significa investir em descoberta contínua, governança e proteção em tempo real, pilares da plataforma da Salt Security para habilitar parceiros e clientes a protegerem seus ecossistemas digitais com profundidade e inteligência. 

Fontes 

Salt Security. State of API Security — H2 2025. Relatório técnico (Salt Labs), outubro de 2025. 

OWASP Foundation. OWASP API Security Top 10 (2023). Documento de referência para classificação de riscos em APIs.