CTEM e Risk Operations: por que a segurança baseada em alertas não sobrevive a 2026

por | dezembro 2025 | Sem Categoria | 0 Comentários

Durante muito tempo, cibersegurança foi tratada como um problema de visibilidade. A lógica era simples: quanto mais ferramentas, mais alertas, mais controle. O resultado prático foi outro, ambientes cada vez mais monitorados, mas não necessariamente mais seguros. 

Em 2026, esse modelo entra definitivamente em colapso. Não porque faltem dados, mas porque sobra exposição. Cloud, SaaS, APIs, identidades não humanas, automações e agentes de IA ampliaram a superfície digital a um ponto em que “ver tudo” deixou de ser suficiente. O desafio agora é outro: decidir o que realmente importa e agir rápido sobre isso. 

É nesse contexto que conceitos como CTEM (Continuous Threat Exposure Management) e Risk Operations deixam de ser jargão de analista e passam a orientar, de forma muito concreta, como ambientes de segurança precisam funcionar. 

O problema não é a falta de alertas. É a falta de decisão 

A maioria das empresas hoje sabe que tem vulnerabilidades abertas, ativos mal configurados e acessos excessivos. O problema é transformar esse conhecimento em ação coordenada. 

Filas de CVEs crescem sem critério claro de prioridade. Times de segurança apontam riscos, enquanto infraestrutura e desenvolvimento lidam com outras urgências. No meio disso, exposições críticas continuam ativas simplesmente porque ninguém conseguiu responder à pergunta básica: o que precisa ser corrigido agora para reduzir o risco real? 

O CTEM nasce exatamente para resolver esse impasse. Ele propõe uma mudança simples, mas profunda: parar de tratar risco como uma lista técnica e passar a tratá-lo como um processo contínuo de redução de exposição. 

Exposição real vive na interseção entre dados, identidades e comportamento 

Quando se olha para os incidentes mais relevantes dos últimos anos, um padrão aparece. Raramente eles acontecem por uma única falha isolada. Normalmente, são o resultado da combinação de fatores: uma API exposta, uma identidade com privilégio excessivo, um endpoint comprometido, um script malicioso rodando no navegador ou um backup mal protegido. 

É justamente por isso que portfólios modernos de cibersegurança precisam funcionar de forma integrada, e não como uma coleção de soluções independentes. 

No caso da M3Corp, essa integração aparece de forma bastante concreta no desenho do portfólio. A gestão de exposição passa, por exemplo, por visibilidade e proteção de APIs, onde plataformas como Salt Security permitem enxergar comportamento real, abuso de lógica e superfícies invisíveis aos controles tradicionais. Ao mesmo tempo, ataques que exploram o lado do cliente, como skimming e vazamento de dados no navegador, exigem uma camada específica de proteção, atendida por soluções como JScrambler. 

Mas identificar o risco não basta. Exposição só diminui quando há capacidade de correção. É aqui que entram ferramentas de priorização e remediação, como Qualys e Vicarius, que ajudam a transformar diagnósticos em ações práticas, reduzindo o tempo entre descoberta e correção. 

Identidade continua sendo o acelerador de impacto 

Outro ponto que o CTEM escancara é o papel central da identidade. Muitos ataques modernos não “invadem” sistemas, eles entram pela porta da frente, usando credenciais válidas, tokens de API ou contas com privilégios excessivos. 

Reduzir exposição, portanto, passa necessariamente por controle de identidade e endpoint. Soluções como CrowdStrike ampliam a visibilidade e a resposta em endpoints, workloads e identidades, enquanto plataformas como Delinea ajudam a limitar o alcance de acessos privilegiados, reduzindo o impacto quando algo dá errado. 

Essa lógica também se estende à rede. Ambientes distribuídos, com filiais, cloud e trabalho híbrido, não funcionam mais com perímetros rígidos. Arquiteturas como SASE, viabilizadas por soluções como Versa, e proteções de borda e rede, como SonicWall, ajudam a sustentar conectividade e segurança como parte do mesmo desenho. 

Risk Operations: quando segurança vira operação contínua 

O CTEM só funciona quando está apoiado em Risk Operations. Isso significa tratar risco como algo operacional, com responsáveis claros, SLAs, processos de validação e métricas que façam sentido fora da área técnica. 

Nesse modelo, a segurança deixa de ser um projeto pontual e passa a ser um ciclo contínuo: descobrir exposição, validar impacto, corrigir o que importa e medir redução de risco ao longo do tempo. Ferramentas deixam de competir entre si e passam a compor uma operação integrada. 

Para o mercado brasileiro, onde as equipes são enxutas e a pressão por resultados é constante, esse modelo é especialmente relevante. Ele permite extrair mais valor do stack existente e direcionar novos investimentos com base em impacto real, e não em medo ou modismo. 

O que muda em 2026 

A grande virada de 2026 não está em uma nova tecnologia milagrosa. Está na maturidade do mercado. Empresas começam a perceber que segurança baseada apenas em alertas não escala, não convence a liderança e não reduz risco de verdade. 

CTEM e Risk Operations representam essa mudança de mentalidade. Não como uma buzzword, mas como um jeito mais honesto e eficiente de lidar com a complexidade atual. 

Portfólios como o da M3Corp fazem sentido exatamente nesse contexto, como uma base sólida para orquestrar visibilidade, priorização, correção e resiliência de forma contínua. 

Fonte: https://www.arcserve.com/