Dívida de segurança em foco: Como Java, JavaScript e .NET lidam com falhas críticas

por | setembro 2024 | Sem Categoria | 0 Comentários

A dívida de segurança, definida como falhas que permanecem não resolvidas por mais de um ano, representa um risco significativo para as organizações, especialmente em ambientes onde a proteção de dados e a integridade do sistema são cruciais. Neste contexto, uma pesquisa recente da Veracode revelou insights preocupantes sobre a acumulação de dívida de segurança nas linguagens de programação mais populares: Java, JavaScript e .NET.

A importância da priorização na remediação de vulnerabilidades

A remediação de vulnerabilidades de software é uma tarefa complexa, que exige mais do que simplesmente identificar as falhas. A chave para uma gestão eficaz da segurança está na priorização correta dessas vulnerabilidades. Em um cenário ideal, as falhas críticas, aquelas que possuem maior potencial de causar danos significativos, deveriam ser corrigidas com a maior urgência. No entanto, a realidade mostrada pelos dados é bem diferente.

A pesquisa da Veracode destaca um comportamento alarmante entre os desenvolvedores: a tendência de corrigir falhas de baixa e média criticidade com mais urgência do que as falhas críticas. Este comportamento, contrário às melhores práticas de segurança, resulta na acumulação de dívida de segurança, que pode deixar as aplicações vulneráveis a ataques cibernéticos graves.

A dívida de segurança em Java

Java, uma das linguagens mais utilizadas em ambientes corporativos, está no centro desta questão. Segundo os dados da Veracode, 51% das falhas críticas em aplicações Java tornam-se dívida de segurança após um ano sem remediação. Este alto percentual é especialmente preocupante, considerando o amplo uso do Java em sistemas empresariais que lidam com grandes volumes de dados sensíveis. A falta de priorização na correção dessas falhas críticas pode resultar em brechas de segurança que, se exploradas, podem causar impactos severos, como perda de dados, interrupções de serviço e danos à reputação da empresa.

JavaScript e o risco em aplicações web

Embora JavaScript apresente um percentual menor de falhas críticas que se transformam em dívida de segurança (38%), o risco associado a essa linguagem não deve ser subestimado. JavaScript é amplamente utilizado em aplicações web, onde a dinâmica do desenvolvimento rápido muitas vezes leva à negligência das práticas de segurança. A natureza altamente interativa das aplicações em JavaScript, combinada com sua onipresença na web, faz com que qualquer dívida de segurança acumulada possa ser explorada rapidamente por atacantes, resultando em roubo de informações, comprometimento de contas e outros tipos de ataques cibernéticos.

.NET: Um caso à parte

A situação em .NET, embora um pouco diferente, ainda exige atenção. Com 28% das falhas críticas se transformando em dívida de segurança, .NET apresenta o menor percentual entre as três linguagens analisadas. No entanto, é importante notar que as falhas de baixa e média severidade em .NET têm 12% mais chances de se tornarem dívida de segurança do que as falhas críticas. Este dado sugere que, embora .NET esteja melhor posicionado em termos de priorização de falhas críticas, ainda há uma lacuna significativa na gestão de vulnerabilidades de menor criticidade, que podem, ao longo do tempo, representar um risco acumulado.

Gerenciamento de risco e o papel da educação e automação

A pesquisa da Veracode também oferece recomendações valiosas para a gestão do risco associado à dívida de segurança. Além da priorização correta das falhas, a adoção de práticas seguras de codificação e a educação continuada dos desenvolvedores são fundamentais para reduzir a dívida de segurança e proteger as aplicações. Equipes de desenvolvimento que conseguem corrigir falhas mais rapidamente são quatro vezes menos propensas a permitir que a dívida de segurança crítica se materialize.

A automação, impulsionada por inteligência artificial, também desempenha um papel crucial neste processo. Ferramentas como o Veracode Fix, que utiliza IA para acelerar a remediação de falhas em várias categorias de vulnerabilidades, têm se mostrado eficazes na redução proativa da dívida de segurança. O uso de patches de referência curados, desenvolvidos por uma equipe de pesquisa especializada, evita os riscos associados a soluções automatizadas que dependem de código aberto não verificado.

A acumulação de dívida de segurança é uma realidade que todas as organizações precisam enfrentar, especialmente aquelas que utilizam linguagens como Java, JavaScript e .NET em seus ambientes de desenvolvimento. A chave para mitigar esses riscos está na combinação de priorização estratégica, educação contínua e uso de ferramentas avançadas de automação. Ao adotar uma abordagem proativa e focada nas falhas críticas, as empresas podem fortalecer sua postura de segurança e minimizar o impacto da dívida de segurança em suas operações.

Para saber mais sobre como a dívida de segurança varia por linguagem, recomendamos a leitura do relatório completo da Veracode sobre o Estado da Segurança de Software 2024: Snapshot de Linguagens: https://www.veracode.com/sites/default/files/2024-07/SOSS%20Language%20Snapshot-Veracode.pdf

Fonte: https://www.veracode.com/blog/research/java-javascript-net-which-has-riskiest-security-debt