Se você trabalha com segurança, sabe: proteger ambientes Kubernetes não é mais sobre “checklist” de configuração. É sobre sobreviver em um cenário onde ameaças evoluem diariamente, os clusters são alvos valiosos e as falhas, quando acontecem, não aparecem primeiro num relatório bonito — aparecem quando já é tarde.
A Cymulate mergulhou fundo nessa realidade, rodando simulações de ataques reais contra ambientes Kubernetes nos maiores provedores de nuvem (AWS, Azure e GCP). E os resultados foram um puxão de orelha para todo time de DevSecOps e arquitetos de nuvem: os recursos nativos de segurança das nuvens não cobrem nem metade das ameaças reais.
Quer entender por quê? Vamos detalhar.
O que está em jogo no Kubernetes?
O Kubernetes virou o coração de arquiteturas modernas: microserviços, aplicações distribuídas, escalabilidade. Mas com grande poder vem… um baita risco.
A superfície de ataque é gigantesca: permissões mal configuradas (RBAC), workloads não monitorados, escalonamento de privilégios, segredos mal armazenados. Um pequeno deslize pode abrir a porta para vazamento de dados, movimentos laterais ou tomada completa do cluster.
E o que a pesquisa da Cymulate mostrou é que, mesmo com ferramentas como GuardDuty (AWS), Cloud Defender (Azure) e Security Command Center (GCP), menos de 50% dos ataques simulados foram detectados. Isso inclui táticas clássicas do MITRE ATT&CK, como escalonamento de privilégios, evasão de defesa, persistência e fuga de containers.
Onde os times falham?
RBAC frouxo: Permissões exageradas, como bindings para usuários anônimos, passaram batido em 2 de 3 nuvens testadas.
- Namespace kube-system aberto: Execuções não detectadas no ambiente mais crítico do cluster.
- Containers privilegiados e hostPath exposto: Porta aberta para controle total do host.
- Capacidades Linux excessivas: Como SYS_ADMIN, permitindo comandos perigosos direto no host.
- Persistência sorrateira: Ferramentas como nohup e useradd funcionando sem alertas.
- Segredos expostos: Tokens e configs sensíveis encontrados em variáveis de ambiente.
- Evasão de logs: Atores maliciosos apagando histórico e registros sem serem detectados.
Ou seja, não adianta confiar cegamente nas camadas básicas de segurança do provedor.
Como construir uma defesa que realmente segura a barra?
A Cymulate defende um caminho claro:
- Bloqueie RBAC com controle granular, sem permissões desnecessárias;
- Trate o kube-system como cofre, não como playground;
- Audite e restrinja containers privilegiados e volumes hostPath;
- Remova capacidades Linux desnecessárias por padrão;
- Aplique perfis AppArmor ou SELinux para barrar persistências suspeitas;
- Armazene segredos corretamente, nada de plaintext;
- Habilite logs imutáveis e monitore eventos de exclusão;
- E, o mais importante: valide tudo continuamente com simulações reais de ataque.
Não dá mais para operar no “achismo”. Você precisa saber, de verdade, como suas defesas reagem — antes que alguém lá fora teste por você.
Por que Cymulate faz diferença?
A plataforma da Cymulate permite que você rode simulações seguras, baseadas em TTPs reais, para testar se suas defesas Kubernetes seguram ataques no mundo real. Não é sobre gerar medo — é sobre mostrar onde os pontos cegos estão, priorizar remediação e evoluir continuamente.
Fonte: https://cymulate.com/blog/kubernetes-security-best-practices/