O Brasil virou uma vitrine mundial de Open Finance. Em agosto e setembro de 2025, o Banco Central (BC) consolidou números que colocam o país na liderança: mais de 100 milhões de autorizações ativas de compartilhamento de dados, com 68 milhões de contas conectadas, marca celebrada nos 5 anos do ecossistema. Em paralelo, o tráfego explodiu: o BC reportou picos de 4 bilhões de chamadas de API por semana, e a iniciação de pagamentos via Open Finance já gira em torno de R$1,2 bilhão por mês. É escala real, em produção, todos os dias.
Esses números não são meros marcos de mercado: eles redefinem prioridades técnicas e de governança. Quando o negócio inteiro passa a depender de APIs entre instituições, o risco deixa de ser teórico. Shadow/undocumented APIs, desalinhamento de versões, erros de configuração (OWASP API8) e falhas de autorização por objeto (BOLA, API1) tornam-se os principais vetores de incidente, especialmente em um cenário no qual integrações automatizadas e agentes de software consomem e expõem endpoints com velocidade crescente.
A nova realidade operacional do Open Finance
Tudo é API e tudo muda o tempo todo
Novos produtos, rotas e escopos surgem e caducam rapidamente. Sem inventário dinâmico (em tempo real) e visibilidade de quem chama o quê (e com quais dados), não há como governar risco, priorizar correções ou comprovar conformidade. Os dados do BC deixam claro: a escala não é tendência, é presente, com 4 bi/semana em chamadas e base de clientes massiva.
Autenticar não basta: o jogo é autorização e comportamento
Em ecossistemas API-first, ataques passam cada vez mais pelo abuso autenticado: identidades válidas executando ações indevidas (ex.: acesso a recursos de outra conta, movimentações fora do padrão, extração massiva de dados). O controle precisa sair do “login deu certo?” e ir para “o que esta identidade pode fazer e o que ela está fazendo agora?”.
Compliance virou contínuo (e auditar é provar)
Entre LGPD, regras setoriais e exigências do próprio ecossistema (SLA de disponibilidade, qualidade de dados, trilhas), a capacidade de gerar evidência rápida (logs, mudanças, autorizações, respostas) é determinante para reputação e negócios.
O que mudar na arquitetura e na operação (sem travar o go-to-market)
a) Inventário de APIs em tempo real
Conecte gateways, proxies, registries e trilhas de tráfego para descobrir todas as APIs (documentadas ou não), correlacionando endpoints, versões, dados sensíveis e consumidores (quem chama quem). Este é o controle fundacional que permite governar shadow APIs e drift entre ambientes.
b) Postura & governança (antes do código e no runtime)
Implemente políticas padrão para BOLA (API1) e Misconfiguration (API8): autorização por recurso/objeto (não só por rota), rate limits consistentes, validação de scopes, schema e payloads, e guardrails para integrações automatizadas (service accounts, rotação de segredos, escopos mínimos).
c) Detecção comportamental e proteção em execução
Modele baseline de uso por client_id, subject, rota e horário; detecte anomalias (picos, patrones atípicos, combinações de escopos improváveis) e aplique controles graduais: throttling, desafio adicional, quarentena do token ou bloqueio segmentado, sem desligar a operação.
d) Resposta com evidência
Padronize playbooks para incidentes de Open Finance (ex.: extração anômala de dados, tentativas de BOLA, degradação de SLA de API), garantindo tempo-alvo para: (1) detectar, (2) conter, (3) comunicar e (4) entregar relatório executivo com causa, impacto e correção.
Como a M3Corp ajuda o canal a empacotar isso em oferta
Na prática, transformar o desafio em oportunidade exige ferramentas certas e método. O pacote de observabilidade de Open Finance que recomendamos aos parceiros M3Corp combina:
Salt Security – descoberta contínua (real-time API inventory), postura e governança (OWASP API Top 10, dados sensíveis, misconfig), detecção comportamental e proteção em runtime (análise de uso autenticado; abuso de endpoints; anomaly detection); trilhas e relatórios para auditorias do ecossistema.
CrowdStrike Falcon Next-Gen SIEM – correlação cross-domain (identidade, endpoint, rede, nuvem) para ligar desvios no consumo de API a credenciais comprometidas, máquinas suspeitas e outros sinais táticos; acelera investigação e tempo de resposta, mantendo evidência pronta para o comitê. (O produto foi reconhecido no Gartner Magic Quadrant 2025 para SIEM como Visionary, reforçando o momento e a maturidade da plataforma para esse tipo de caso de uso.)
KPIs que importam para negócio, risco e auditoria
- Cobertura do inventário: % de domínios/contas com APIs descobertas (meta ≥ 90%).
- Redução de BOLA/API1 e API8: findings críticos por sprint.
- p95 tempo detecção → contenção: de horas para minutos em casos de abuso autenticado.
- Tempo para evidência (TME): relatório executivo em < 72 h (antes: semanas).
- SLA de disponibilidade de API: manutenção de performance sob políticas de proteção (sem “matar” o produto).
O que dizer para o C-level (e por que agir agora)
- Fato de mercado: o Open Finance brasileiro já opera em escala mundial, com > 100 M de autorizações, 68 M de contas conectadas, picos de 4 bi/semana em chamadas e ~R$ 1,2 bi/mês em pagamentos iniciados.
- Impacto para risco e receita: sem observabilidade e autorização fina, incidentes autenticados explodem e releases ficam bloqueados por medo (ou por exigência do ecossistema).
- Como habilitar o negócio: inventário dinâmico + governança + detecção comportamental + evidência rápida liberam time-to-market com controle e sustentam confiança de clientes, parceiros e reguladores.
Fontes
Banco Central do Brasil — “Open Finance comemora 5 anos de regulamentação… (103 mi autorizações; 68 mi contas)” (28/ago/2025).
Banco Central do Brasil — Nota “O futuro das finanças… (5 anos de Open Finance em números)” (10/set/2025).
Suno Notícias — “Open Finance atinge 4 bilhões de chamadas semanais…” (08/set/2025), com citação do diretor do BC sobre picos de 4 bi/semana.
Convergência Digital — “Open Finance tem 4 bilhões de chamadas de API por semana e movimenta R$ 1,2 bi/mês” (14/ago/2025).
Finsiders Brasil — “Open Finance já conecta 65 mi de contas e movimenta ~R$ 1,2 bi/mês” (11/ago/2025), fala de Mardilson Queiroz (BC).
Open Finance Brasil (site oficial) — visão institucional e materiais do ecossistema.


